Parcerias estratégicas que redefinem o futuro: o que aprender com Nvidia e Intel

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Entenda como a parceria entre Nvidia e Intel ensina lições de cooperação e inovação para o futuro dos negócios. 

Em nossos insights anteriores, explicamos por que sua empresa deve adotar a IA e como implementar Inteligência Artificial para guiar sua organização nesse processo decisivo. Hoje, vamos mostrar como grandes players do mercado estão se movimentando estrategicamente para dominar o futuro da IA e Tecnologia. 

No fim de setembro de 2025, a NVIDIA e a INTEL, grandes empresas do mercado de hardwares, anunciaram uma parceria estratégica inédita para criar produtos que podem transformar o mercado de processadores gráficos e tradicionais. 

O que aconteceu: um panorama da parceria 

Para entender a dimensão desse movimento, é preciso olhar para o contexto de cada empresa: 

A Nvidia vive seu melhor momento: Domina o mercado de processadores gráficos (GPUs) e se tornou referência absoluta em Inteligência Artificial. Suas GPUs são essenciais para treinar modelos de IA, alimentar datacenters e viabilizar a revolução tecnológica que vivemos. 

Já a Intel, tradicional líder em CPUs (processadores), enfrenta um período desafiador: a empresa perdeu US$ 19 bilhões em 2024 e mais US$ 3,7 bilhões no primeiro semestre de 2025. Para recuperar competitividade, a Intel anunciou cortes de 25% da força de trabalho até o final de 2025 e tem perdido espaço para rivais asiáticas como a TSMC. 

Diante desse cenário, a parceria surge como resposta estratégica: a Nvidia investirá US$ 5 bilhões a US$ 23,28 por ação: Valor acima dos US$ 20,47 que o próprio governo dos Estados Unidos pagou ao adquirir 10% da Intel em agosto (CNN). Com isso, a Nvidia se tornará uma das maiores acionistas da empresa, com cerca de 4% de participação. 

Além do aporte financeiro, as duas empresas desenvolverão conjuntamente: 

  • Chips híbridos para datacenters: CPUs customizadas da Intel integradas às plataformas de infraestrutura de IA da Nvidia 
  • Processadores para PCs: System-on-chips (SOCs) x86 da Intel que integram chiplets de GPU RTX da Nvidia 

Em outras palavras: a líder em GPUs e a tradicional fabricante de CPUs vão unir suas forças para criar soluções completas, combinando o melhor de cada tecnologia em um único produto. 

A estratégia 

Sabemos que pode parecer contraditório que duas rivais históricas se unam. Porém, no mundo corporativo atual, colaboração entre concorrentes (conhecida como coopetição) tornou-se uma resposta inteligente à complexidade tecnológica.  

Pensando em uma relação com teóricos da Estratégia, lembramos de Prahalad (2004) escreveu que “o futuro da competição não está entre empresas, mas entre ecossistemas de co-criação’’, e, através da parceria, a NVIDIA e INTEL reforçam-se com a aplicação prática do conceito. 

De acordo com estudo da Vantage Partners, 82% das empresas já exploram ativamente colaboração com competidores, e 73% relatam competir com parceiros de negócio em algum ou grande grau. 

No caso da Nvidia e Intel, a lógica é clara: complementaridade abrindo as portas para convergência. 

Apesar de todo déficit financeiro dos últimos anos, a Intel ainda lidera o mercado de CPUs (processadores tradicionais), enquanto a Nvidia domina absolutamente as GPUs (processadores gráficos essenciais para IA). Ao combinarem essas forças, ambas conseguem: 

  • Para a Intel: Recuperar relevância em datacenters, segmento onde perdeu espaço, e se reposicionar como parceira essencial no ecossistema de IA 
  • Para a Nvidia: Garantir que suas GPUs trabalhem perfeitamente integradas a CPUs de alto desempenho, fortalecendo seu ecossistema e expandindo presença no mercado de PCs 

Juntas, as empresas aumentam drasticamente sua competitividade contra rivais como a AMD, que já oferece soluções integradas de CPU/GPU, e fabricantes asiáticas que dominam a produção de chips. 

E essa não é uma tendência isolada. Segundo o World Economic Forum, executivos afirmam que convergência tecnológica é prioridade de investimento para 2025. Empresas de sucesso já não olham para tecnologias isoladas, mas para sinergia entre elas. 

Lições práticas para sua empresa 

O movimento Nvidia-Intel oferece aprendizados valiosos que podem ser aplicados em organizações de todos os portes: 

Veração inteligente gera valor mais rápido 

Unir forças com quem já domina outro ponto da cadeia de valor pode acelerar resultados dramaticamente. Em vez de investir anos desenvolvendo sozinha capacidades que um parceiro já possui, sua empresa pode focar no que faz de melhor e buscar alianças estratégicas para o restante. 

Os números comprovam: segundo estudo da BDO sobre o Estado das Alianças, parcerias estratégicas já contribuem com aproximadamente um terço da receita das empresas nos últimos cinco anos. Mais impressionante ainda: 62% das organizações afirmam que uma parte significativa de sua inovação vem atualmente de colaborar com terceiros. 

2. Ecossistemas integrados são o futuro 

De acordo com Dee Hock (1990), “Nenhuma organização isolada pode prosperar num sistema interdependente. A força vem das relações que ela cultiva.” Ou seja, negócios de sucesso olham para o todo: Da infraestrutura à experiência final do cliente. Não basta ter o melhor produto se ele não se integra bem ao resto do ecossistema.  

A pesquisa de 2025 do World Economic Forum revelou que 53% dos executivos já consideram tecnologia de forma integrada nos investimentos, abandonando a lógica de investir em tecnologias isoladas. 

A convergência já é realidade de muitas empresas, e a sua deveria adotar essa política também. 

3. Inovação compartilhada acelera aprendizado 

Dividir riscos e investimentos em inovação permite que empresas testem mais rápido, aprendam com erros compartilhados e cheguem a soluções melhores. A PwC identificou que empresas globais investem aproximadamente US$ 1,1 trilhão por ano em transformação digital, mas 64% ainda estão em estágio inicial. Parcerias estratégicas podem acelerar essa jornada. 

No Brasil, o Índice de Transformação Digital da PwC Brasil mostrou que o entendimento estratégico sobre digitalização cresceu de 67% para 76% entre 2023 e 2024. Empresas que conseguem articular parcerias certas avançam mais rápido nessa curva de maturidade. 

De maneira prática: Como sua empresa pode aplicar isso? 

  • Busque parceiros que realmente somem ao seu negócio, não só fornecedores tradicionais. 
  • Identifique áreas onde colaboração pode acelerar resultados mais do que desenvolvimento interno. 
  • Invista em relacionamentos que criam ecossistemas de longo prazo, não apenas contratos pontuais. 
  • Esteja aberto a colaborar até mesmo com concorrentes quando há sinergia clara de objetivos. 

O que isso revela sobre o futuro dos negócios 

A parceria Nvidia-Intel é um sintoma de transformações profundas no modo como empresas competem e crescem. Ao analisar tendências, podemos prever: 

  1. Crescimento das alianças estratégicas entre rivais 

A coopetição entre empresas só tende a crescer. Empresas que tentam fazer tudo sozinhas perdem velocidade e relevância. 

  1. Expansão da IA exige infraestrutura integrada 

A revolução da Inteligência Artificial demanda hardware cada vez mais sofisticado e integrado. Estar posicionado nesse ecossistema é crítico, e, para as empresas de outros segmentos, se manter informado sobre os avanços é um diferencial para adoção de tecnologias cada vez mais úteis para as rotinas. 

  1. Valorização de empresas com visão de ecossistema 

Organizações que pensam em produtos isolados perdem para aquelas que constroem plataformas e ecossistemas. 

Conclusão 

Num mercado em que velocidade e integração definem vantagem competitiva, parcerias estratégicas deixam de ser exceção para se tornarem diferencial decisivo. 

O investimento de US$ 5 bilhões da Nvidia na Intel revela visão de futuro, coragem para colaborar e compreensão de que os desafios tecnológicos atuais são grandes demais para serem resolvidos isoladamente. 

Na Realize Hub, acreditamos que inovação acontece quando empresas têm coragem de colaborar para crescer. Seja através de tecnologia, dados ou metodologias ágeis, estamos prontos para ajudar sua organização a identificar parcerias estratégicas, integrar soluções e construir ecossistemas que geram resultados reais. 

Referências: 

PRAHALAD, C. K.; RAMASWAMY, Venkat. The Future of Competition: Co-creating Unique Value with Customers. Boston: Harvard Business School Press, 2004. 

HOCK, Dee. Birth of the Chaordic Age. San Francisco: Berrett-Koehler Publishers, 1999. 

Quer conhecer mais tendências inovadoras que podem ser implementadas em seu negócio? Entre em contato para uma consultoria focada em fazer sua empresa realizar mais!

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