Uma das técnicas mais famosas para a testagem de novos produtos é o Teste Cego. A técnica consiste em dar a uma amostra do público-alvo a oportunidade de experimentar um produto para coletar suas impressões e avaliações e, dessa maneira, prever a recepção do mercado. Como o nome diz, esse contato com o produto é feito de maneira “cega”, ou seja, sem que o entrevistado saiba qual é a marca do produto que está experimentando.
Exemplos mais comuns de aplicação dessa técnica são degustações de produtos alimentícios e bebidas. Empresas buscam identificar se as características de seu produto são reconhecíveis mesmo sem embalagens ou marcas. Além da questão de reconhecimento, pode-se utilizar a técnica para estabelecer comparações com concorrentes ou identificar pontos que podem ser melhorados para aumentar a aceitação do produto.
Porém, como deve ser a atuação do entrevistador? E de que maneiras as informações obtidas durante a sessão podem ser convertidas em dados estratégicos?
A Organização do Teste Cego
A adoção da técnica de Teste Cego é feita, normalmente, quando uma equipe precisa testar um determinado produto e, ao mesmo tempo, colocá-lo em comparação com produtos concorrentes. Essa comparação, contudo, não pode estar contaminada pelos fatores de diferenciação que influenciam nossas decisões rotineiras de consumo. Portanto, é dessa necessidade de comparar os produtos em suas formas mais básicas que vem a decisão de ocultar marcas, embalagens e outros fatores que possam influenciar a concepção do entrevistado com relação à qualidade dos produtos expostos.
Sendo assim, as primeiras decisões da equipe de organização do teste precisam passar pela seleção dos produtos a serem comparados e, na sequência, os elementos de avaliação que serão observados durante a prática. No momento do experimento, o condutor precisa estar atento com as diferentes formas que tais características podem ser abordadas pelos entrevistados, uma vez que aspectos como “sensação tátil”, “aparência” e “aroma” - para citar apenas três - podem ser discutidos com nomenclaturas diferentes ou, até mesmo, apenas por expressão corporal e gestos.
Para cada tipo de produto, obviamente, é necessário adaptar o modelo de aplicação. Embora o Teste Cego seja normalmente associado com degustações de gêneros alimentícios e bebidas, sua aplicabilidade é bastante versátil e pode ser utilizada por diferentes áreas, como Tecnologia e Desenvolvimento de Softwares, por exemplo, para verificar questões como usabilidade e experiência do usuário (UX).
Coleta e Análise de Dados
Por se tratar de uma técnica que insere o entrevistado em um contexto bastante experimental - e, por vezes, até mesmo lúdico -, é compreensível e esperado que os inputs recebidos sejam informais e descontraídos. A fim de tangibilizar as impressões fornecidas pelos entrevistados, as equipes de aplicação se utilizam de modelos estatísticos de conversão e quantificação. Esses modelos buscam transformar as reações do público em dados com alto grau de confiança que servirão como base para criação de inteligência e tomada de decisão pelos setores responsáveis (como P & D).
Existe a possibilidade, ainda, de se aproveitar o feedback dos entrevistados em suas formas qualitativas, utilizando técnicas de análise de conteúdo, como a Análise de Sentimentos. As análises qualitativas permitem a visualização e compreensão de aspectos que podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias de comunicação e Marketing, bem como no melhor entendimento da linguagem própria de um público-alvo.
Ao aliar diferentes tipos de análise, a equipe de aplicação ganha um escopo maior de compreensão dos resultados, além de ter a possibilidade de normalização dos dados para eventual visualização e cruzamentos que auxiliam a tornar novas tomadas de decisão mais assertivas e ágeis.
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